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O empregado pode perder o direito às férias?

O empregado pode perder o direito às férias?

Uma dúvida comum quando o assunto é férias, é se o empregado pode perder esse direito. E a resposta é, sim, isso pode acontecer. Confira no conteúdo a seguir.

Consolidação das Leis do Trabalho

Todo empregado tem direito a um período anual de férias, após 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o qual é denominado de período aquisitivo.

De acordo com a legislação vigente, após o período aquisitivo, o empregado adquire direito a férias, que devem ser concedidas no prazo máximo de 12 meses, conhecido como período concessivo.

Via de regra, o empregado tem direito a 30 dias de férias anuais. Contudo, caso apresente mais de 5 faltas injustificadas ao trabalho durante o período aquisitivo, o período a que tem direito sofrerá redução, conforme estabelece o artigo 130 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), na seguinte proporção:

  • Terá 24 (vinte e quatro) dias corridos de férias, quando tiver de 6 a 14 faltas injustificadas.
  • Terá 18 (dezoito) dias corridos de férias, quando tiver de 15 a 23 faltas injustificadas.
  • Terá 12 (doze) dias corridos de férias, quando tiver de 24 a 32 faltas injustificadas.

Contudo, mais do que hipóteses de redução do período de férias, a legislação também prevê que determinadas ocorrências no curso do período aquisitivo do empregado retiram o direito a férias, disciplinando-as no artigo 133 da CLT. São elas:

  • Deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes à sua saída.
  • Permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias.
  • Deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa.
  • Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.

Relativamente a esse último item, cumpre esclarecer que não entram nesse cômputo os primeiros 15 (quinze) dias de afastamento pagos pelo empregador.

É necessário ter em mente ainda, que os afastamentos e licenças passíveis de provocar a perda do direito de férias devem ocorrer dentro do mesmo período aquisitivo.

Outra informação relevante é de que as interrupções na prestação de serviços que levam à perda do direito de férias devem ser anotadas na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do empregado.

Por fim, nas condições acima, somente se iniciará novo período aquisitivo após o retorno do colaborador ao serviço.

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Giulia Bin

Advogada, especialista em Direito Previdenciário e Processo Previdenciário, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, sócia do escritório Bortolotto & Advogados Associados, onde exerce a advocacia consultiva e contenciosa, judicial e administrativa, na área do Direito do Trabalho desde 2016.

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